02/07/2023 às 18h06min - Atualizada em 02/07/2023 às 21h06min

Bicentenário do 2 de julho na Bahia: 'A independência se dá por mobilização popular'

Neste domingo (2) a Bahia, onde se criou um governo rebelde e um cerco aos portugueses, comemora a independência do país

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Os que pensavam que a celebração dos 200 anos de ruptura com os vínculos coloniais de Portugal se esgotariam com o desfile militar de 7 de setembro e a vinda do coração de Dom Pedro I ao Brasil devem conhecer pouco a Bahia.



Ali, onde foram travadas sangrentas batalhas, tanto antes como depois do “grito do Ipiranga”, a independência do Brasil é comemorada em 2 de julho, quando em 1823 - quase um ano após a independência oficial do país ter sido declarada - as tropas portuguesas foram expulsas de Salvador, consolidando a separação política entre Brasil e Portugal. E a festa é na rua.  



Nem carnaval, nem procissão, nem desfile. Para a historiadora Wlamyra Albuquerque, o 2 de julho na Bahia é uma mistura disso tudo. Na contramão da maneira como a “memória nacional” costuma ser contada, fazendo do povo “o grande protagonista ausente dos processos de ruptura”, diz Albuquerque, a forma como a independência é celebrada na Bahia torna evidente a participação popular na disputa pelos rumos do país - tanto há dois séculos atrás quanto nos dias de hoje.  


Neste domingo (2), o festejo anual completa 200 anos. “A festa não se perdeu - muito pelo contrário, continua muito viva - porque ela nos oferece a oportunidade de repensar esse fato histórico e, ao mesmo tempo, trazer para a rua uma série de demandas que são atuais” opina Wlamyra, que é também professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 


Se por muito tempo a demanda pelo fim do analfabetismo pautou as festas do 2 de julho, atualmente Albuquerque destaca as lutas contra as violências às populações negras, LGBTQIA+ e indígenas. 

“É uma forma popular de fazer política”, resume a historiadora, se referindo aos festejos, mas também ao que representam as figuras de Maria Quitéria e Maria Felipa, que permearam a conversa com o Brasil de Fato. “É uma festa que ensina a todos nós como podemos construir espaços políticos que não se limitam aos gabinetes e aos palácios”, sintetiza. 
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